"Olha bem pra minha cara, filho engole o choro/ Meus ancestrais se banhavam com ouro/ Olhe bem pra minha pele ela reluz, seu tolo" (Kanye West da Bahia/Baco Exu do Blues)
Acredito no pop e na moda como ferramentas de transformação para o futuro glorioso que estamos construindo. Essa mesma moda que por séculos ditou padrões se curvará diante de algo muito maior do que ela.
Não encontrei uma definição acadêmica pra "afroestima", mas é um termo bem direto ao seu propósito. Desde a infância o povo preto é bombardeado diariamente por um ideal de beleza que não condiz em absolutamente nada com a gente. Percebem o quanto isso é cruel? Quando a moda age como propagadora do racismo, é uma tentativa de inferiorizar a beleza dos nossos traços, dos nossos cabelos e da nossa ancestralidade.
Chegar onde estou agora, me amando ao máximo não foi um caminho fácil, por muito tempo eu nem sabia que existia um caminho. Esses dias relembrei episódios terríveis da minha infância e adolescência (de quando queria mudar meu nariz). Lembrei da primeira vez que tentei deixar o cabelo crescer e como foi frustrante não encontrar nenhuma orientação ou referência quanto a isso. Hoje vejo influenciadores pretos ensinando outros pretos a cuidarem da sua beleza e isso é lindo e é onde repousa minha esperança.
Domine a internet. A TV está morta. Não podemos contar com uma mídia refém de espectadores racistas. Durante sua trajetória atrizes como Ruth de Souza, Zezé Motta e Thaís Araújo tiveram seu trabalho prejudicado por pressão do público. Atualmente vemos Maju Coutinho sofrendo ataques tão cruéis quanto. Todo respeito a essas profissionais, representatividade importa e com certeza elas abriram caminhos pra muitos de nós.
Deixo como referência o doc "A Negação do Brasil" de Joel Zito. Tem no YouTube e fala sobre a trajetória de atorxs negrxs nas novelas brasileiras.
Pra finalizar queria dizer que também quero uma jaqueta dessas, mas não sei quando vai rolar não hushusa são apenas conceitos, talvez vire realidade um dia. Bjos, se ame 🙌🏿🖤
Fotos:@prosevisual@jimmy_sirya e Mika Borgia
#acessibilidade Mulher preta com cabelo black-power vestida com um casaco de couro preto, com os dizeres "Afroestima" em letras douradas que fazem referência à cultura preta e africana, de costas para uma parede vermelha.
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